domingo, 23 de setembro de 2007

Radioamadorismo resiste à Modernidade

Milhares de pessoas de cidades, estados e países diferentes comunicando-se simultaneamente. Mas não estamos falando de Internet. É o radioamadorismo, uma prática que veio do antigo telégrafo e ainda hoje mobiliza admiradores de todas as idades pelo mundo. Para alguns, a paixão é tanta, que chegam a passar 48 horas ininterruptas em radiotransmissões para participar de concursos. Esse é o caso do engenheiro civil e radioamador PS7 TKS Márcio Humberto Carvalho, vencedor do último Japan Amateur Radio Teleprinter Society RTTY (Jarts) que usa também o indicativo ZX7A em ocasiões eventuais . De uma sala reservada na sua casa, com diversos aparelhos de radiotransmissão, televisão, computador e frigobar, Márcio conseguiu fazer 1.115 contatos com radioamadores de diferentes países em um fim de semana sem parar de trocar mensagens.

E foi este desempenho que lhe garantiu o primeiro lugar mundial e brasileiro em uma das quatro categorias do Jarts de 2003, do qual participaram cerca de 30 mil pessoas e cujo resultado saiu este mês. Embora o concurso seja de uma modalidade que usa o computador como ferramenta, Márcio explica a demora da divulgação dos vencedores. Ela é devida à conferência dos dados enviados por cada competidor: ao final do concurso, os organizadores recebem os logs - os registros que o programa faz das ações por ele realizadas, com informações como data, hora e o destinatário do contato.

Além do Jarts, ano passado Márcio participou de outros concursos onde também obteve os primeiros lugares no Brasil e no mundo. Embora admita que esses resultados lhe trazem satisfação e lhe dêem credibilidade entre os radioamadores, ele frisa que este hobby não tem apenas os concursos como atrativos.

O radioamador garante que há outros motivos que lhe fazem passar cerca de duas horas diárias diante dos aparelhos. ‘‘O radioamadorismo é um hobby científico, um caminho que me leva a adquirir aptidão pessoal na fascinante arte da electrónica como também uma oportunidade de me comunicar com outros colegas radioamadores no mundo todo, sem esquecer das competições nem do atendimento à comunidade’’, diz Márcio.

Quando fala de conhecimentos, Márcio refere-se às noções de física, eletrônica e geografia que um operador de rádios transceptores (que recebem e emitem mensagens) deve ter. Já sobre os contatos com outros radioamadores, ele mostra a coleção de 30 mil cartões QSL de mais de 200 países e ilhas (que também são consideradas países no radioamadorismo) diferentes - os cartões QSL são trocados a cada novo contato, para comprová-lo, e contêm informações como o indicativo (identificação através de números e letras que mostra o país de origem) do radioamador, seu nome, sua cidade e a data e horário do contato.

Márcio esclarece que a atividade é sem fins lucrativos mas os gastos podem ser altos. Assim como os equipamentos, a confecção e o envio de cartões QSL também são bancados pelo radioamador.

CIDADANIA: Falando sobre o atendimento à comunidade, Márcio explica que os radioamadores freqüentemente estão envolvidos em ajuda à comunicação em casos como de tragédias, inundações. Eles agem fazendo contato com autoridades e pessoas isoladas, muitas vezes apoiando a Defesa Civil Local - o que é possível porque, embora não sejam permitidas interferências sem motivos de urgência, os aparelhos usados no radioamadorismo podem alcançar freqüências de entidades como polícia e bombeiros e até mesmo aviões em pleno vôo.

Márcio conta que, depois do atentado de 11 de setembro de 2001, em Nova York (EUA), no qual um radioamador participou dos primeiros contatos entre os bombeiros e outras instituições envolvidas na ajuda às vítimas, foram criadas redes nacionais de emergências, para atuarem quando os meios convencionais de comunicação não funcionam. Para Márcio, o que possibilita esse relacionamento é a ética, que, segundo ele, é um dos pontos mais fortes entre os radioamadores.

Referência Bibliográfica

INTERNET, Radioamadorismo resiste à modernidade in http://www.radioamador.org.br/artigos/t-215.htm, capturado em 23 de setembro de 2007.

domingo, 16 de setembro de 2007

Para Refletir: Mês da Independência

Avizinhados que somos do sentimento pátrio

Avizinhados que somos do sentimento pátrio, quando comemoramos a independência do Brasil enquanto libertos da Colônia Portuguesa, muitos de nossos pares radioamadores e entidades, ditas representativas comemoram democraticamente por meio de concursos e contestes a data máxima do sete de setembro.
No entanto, sabe-se lá o motivo, a sociedade em geral ainda comemora estes eventos de uma forma bitoladamente militaresca, aos moldes dos anos de chumbo e da guerra fria, onde a obrigatoriedade dos desfiles militares atinge a mocidade, obrigando os jovens das escolas públicas a fazerem parte desta encenação que no ensejo de comemorar a liberdade obriga fazer número, para que o mundo veja que (mesmo obrigados) fazemos parte do coro militar e seu armamento, dito ferramentas de paz.
Seguem assim, este modelo outros segmentos da sociedade em geral. Talvez como seqüela profunda, de um ferimento pouco cicatrizado; ainda tenhamos de conviver com a sombra fantasmagórica do autoritarismo inutilitário de um sem fim de autarquias e entidades.
Infelizmente depois de trinta anos de ditadura militar e passados outros poucos vinte anos da queda do regime, ainda restaram agonizantes modelos arcaicos, pra lá de ultrapassados.
Assim, na edição da revista QTC - revista técnica de rádio, que circulou no bimestre MARÇO/ABRIL de 1964 (ano do golpe), entre sócios e não sócios, podemos ler com todas as letras, conforme transcrito abaixo; que a LABRE em nome de TODOS os RADIOAMADORES BRASILEIROS, apoiava e tornava-se aliada do regime instaurado.
Sabe-se certamente que os 30 anos de ditadura, trouxeram ao Brasil 30 anos de atraso social, político e tecnológico. E em sendo nós radioamadores (teoricamente) senhores da tecnologia, exilamo-nos agrilhoados aos preceitos que trucidaram a nação durante este longo e tenebroso período de trevas.

Leiam o texto abaixo e tirem suas próprias conclusões:
(cópia realizada a partir de leitura por OCR, da página posteriormente reproduzida digitalmente).


A Nação foi acudida por suas gloriosas forças Armadas, chamadas no momento em que a família brasileira pedia socorro para a asfixia de que estava ameaçada pela organização ideológica espúria que já nos estava avassalando.
A energia dos nossos valorosos defensores se fêz sentir em todos os quadrantes da Pátria, calando a voz diabólica do terror.
Aos nobres propósitos dêsse movimento de socorro, uniram-se também os dos componentes da nossa RNR que nunca faltaram à Pá tria em todos os momentos, quando a sua atuação foi necessária, e, como Presidente Nacional do contingente dêsse abnegado grupo de patriotas da RNR, mais uma vez me sinto orgulhoso da conduta dos meus companheiros de todo o Brasil.
Algumas medidas de conveniência da Segurança Nacional têm sido tomadas pelas respectivas autoridades, não porque o radioama¬dor seja um
suspeito ou capaz de um desserviço ao Brasil. Não. Absolutanente, não.
Bem ao contrário, reconhecem com justiça nossas altas autoridades o valor do radioamador como força organizada de comunicações, disciplinada, patriota e solicita, mas nem sempre poderá em de¬terminadas operações como elemento civil prevalecente, nos plane¬jamentos e recursos militares de momento aconselhados nessa ou na¬quela emergência, ter atuação irrestrita.
Por isso mesmo as altas autoridades têm, em determinados setôres, feito suspender a atividade do radioamador, sem que isto importe no seu desprestígio ou na sua suspeição.
Ponderadas as razões, as mesmas autoridades que com tanto res¬peito nos reconhecem, liberam as áreas de radioamadores quando a sua alta sabedoria no esquema militar a tanto autorize. É o que tem ocorrido.
A Presidência da LABRE está em contato íntimo
com as altas au¬toridades do País, procurando com elas colaborar e ao mesmo tempo fazendo destacar o valor e a necessidade do radioamador nesses mo¬mentos que a tranqüilidade do Brasil precisa de comunicações.
Não é demais ‘recomendar, depois desse preâmbulo que todos os colegas que estiverem no ar auscultem sempre os seus Diretores Sec¬cionais e a LABRE FEDERAL e o mais importante é que nessa tran¬sição restrinjam os QTC’s de famílias ou recados de terceiros, para que muitas vezes a má interpretado dos que os escutam possa produzir motivo de averiguação ou suspeição sobre o radioamador.
Além disso, esses momentos ensejam o extravasamento de inimigos gratuitos, numa solerte vingança, denunciando inocentes ra¬dioamadores como comprometedores do sossêgo nacional.

Cianus Luiz Colossi
PY3DU
Guaíba – RS

(Utilização autorizada pelo autor)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
COLOSSI, C. L. Avizinhados que somos do sentimento pátrio in www.satfm.org : Editorial do mês, capturado em 16/09/2007.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A Antena Moxon

A antena Moxon tem sido divulgada por alguns poucos autores, especialmente na Europa, através do próprio Les Moxon - G6XN e Peter Dodd - G3LDO, e nos Estados Unidos, através do guru L. Cebik - W4RNL. Aqui no Brasil, pouco ou quase nada se escuta sobre a antena Moxon, apesar das suas qualidades e simplicidade.

O modelo que deu origem a Moxon foi a quadra horizontal, de Fred Caton - VK2ABQ, que notou que colocando uma antena loop quadrada na horizontal, com dois lados cortados ao meio e isolados por botões (estes que se usam em roupas), podia-se obter diretividade e algum ganho (figura 1). Les Moxon fez várias descobertas importantes a respeito da antena de Caton. Primeiro, o formato retangular aumenta o ganho. Segundo, o espaço de separação entre os elementos é crítico na determinação das características elétricas da antena.

Moxon configurou a antena com dois elementos de igual tamanho, sintonizou ambos remotamente e obteve uma antena direcional reversível. Em trabalho posterior, Cebik alterou as dimensões dos elementos, fazendo um irradiante e outro refletor (figura 2), numa antena direcional não reversível, mas com duas características bastante interessantes: impedância muito próxima de 50 ohms, dispensando o uso de gama match, e alta relação frente/costas.

A versão atualmente mais utilizada da Moxon foi desenvolvida por L. Cebik, que manteve o nome Moxon respeitando, e reconhecendo, o trabalho original de Les Moxon.

Referência Bibliográfica

INTERNET, A antena Moxon para 40 metros, http://www.pxpyclube.com.br/tech/moxon.htm, capturado em 12 de setembro de 2007.

Parabéns a PP1CZ - Léo!

Nós, radioamadores do Espírito Santo estamos orgulhosos e muito gratos a PP1CZ, nosso amigo Léo, pela sua participação e desempenho no WORLD-WIDE DX CONTEST 2006.
Sua conquista foi o 2º lugar do Brasil na modalidade SSB, sendo o 9º lugar da América do Sul e primeiríssimo do Brasil na modalidade CW.
Desta forma o Léo contribui para engrandecimento do radioamadorismo brasileiro.
Nossos parabéns.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

O pioneiro das Telecomunicações - Um Brasileiro

O italiano Guglielmo Marconi é considerado o pai da Radiodifusão e inventor do primeiro transmissor de ondas eletromagnéticas, em 1895. Segundo registros da imprensa da época, no entanto, o crédito desta invenção deveria ser dado ao padre brasileiro Roberto Landell de Moura que, um ano antes de Marconi, realizava a primeiras transmissões radiofônicas da História.

Apresentado publicamente em 1894, o transmissor de ondas criado pelo padre cobria a distância de oito quilômetros, mais do que o dobro da distância alcançada pelo invento de Marconi, e trazia em seu sistema duas novidades: o microfone eletro-mecânico e o auto-falante-telegráfico, que não constavam do sistema italiano.

Apesar da invenção do Guglielmo Marconi ter sido tecnicamente inferior e posterior a do brasileiro Landell de Moura, foi ele o primeiro a patentear o transmissor de ondas, em 1896, nos Estados Unidos. Landell de Moura só fez o mesmo com seu invento em 1901, no Brasil, e em 1904, nos Estados Unidos. Mas aí, já era tarde, e a posição oficial de criador da Radiodifusão tinha sido ocupada pelo italiano.

Padre Landell foi um dos pioneiros na descoberta do telefone sem fio, ou rádio, como é hoje conhecido, o precursor da radiotelefonia, o bandeirante da própria televisão, o descobridor das Ondas Landellianas. Em 1893, muito antes da primeira experiência realizada por Guglielmo Marconi, o gaúcho padre Landell de Moura realizava, em São Paulo, do alto da Av. Paulista para o alto de Sant'Ana, as primeiras transmissões de telegrafia e telefonia sem fio, com aparelhos de sua invenção, numa distância aproximada de uns oito quilômetros em linha reta, entre aparelhos transmissor e receptor, presenciada pelo Cônsul Britânico em São Paulo, Sr. C. P. Lupton, autoridades brasileiras, povo e vários capitalistas paulistanos.

Tratava-se da primeira radiotransmissão da qual se tem notícias. Só um ano depois foi que Marconi iniciou as experiências com seu telégrafo sem fio. Em virtude de brilhante êxito de suas experiências inéditas, em nível mundial, Landell obteve uma patente brasileira para um "aparelho destinado à transmissão phonética à distância, com fio ou sem fio, através do espaço, da terra e do elemento aquoso", patente nº. 3.279. Era o dia 09 de março de 1901. O mérito do Padre Landell é ainda maior se considerarmos que desenvolveu tudo sozinho. Era dessas pessoas que além do seu lado místico, integrava em sua personalidade o gênio teórico e o lado prático para a construção de seus aparelhos.

Referência Bibliográfica

INTERNET, Tributo ao Padre-Cientista Roberto Landell de Moura: O pioneiro das telecomunicações, http://www.qtcbrasil.com.br/landell/default.asp, capturado em 11 de setembro de 2007.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Convite para o Programa Galera na TV

A jornalista Carolina Loyola da In Pacto Produções, produtora do Programa Galera na TV solicitou a presença do Radioamador Renan (PU1ARE) para uma entrevista/debate sobre Internet e Radioamadorismo que será gravado no próximo dia 11/09/2007 tendo como tópicos de assunto:

1) O radioamador tem como uma de suas funções a ação social, a internet individualiza a relação social com a comunidade.
2) Depois que a internet se popularizou houve um declinio do radioamador?
3) De que forma a internet colabora/atrapalha o radioamador?

Aguardamos comentários e sugestões para o entrevistado.

146970 - A Repetidora da Grande Vitória

Já se encontra em fase final de instalação a Repetidora 146970, no Morro do Aritôa - Cariacica. No dia 03/09/2007 os radioamadores Candeias (PP1JE), Renan (PU1ARE) e Werther (PU1BRA) instalaram os postes que levarão a energia até a caixa da repetidora.

Em visita ao Seu Roberto Janiques (PP1AEL), sempre com muita admiração pelos seus serviços prestados ao radioamadorismo nacional, nos foram entregues os equipamentos e algumas recomendações sobre seu funcionamento.

Agora só faltam detalhes para que a repetidora entre no ar!

Em tempo gostaríamos de agradecer o empenho de todos os radioamadores que contribuíram para que este fato se tornasse real. Parabéns a todos vocês!